sexta-feira, 30 de julho de 2010

O Réu?!?!

Olá!

Que me conhece sabe da minha admiração pelo José Dirceu e da minha indignação pelo seu caçamento como parlamentar. Pois bem, cunhei esta estrevista feita, com o "companheiro", pela Jornalista Priscila Gorzoni para a Revista Ciência & Vida - Sociologia. Segue a entrevistra na íntegra.

À espera de seu julgamento, previsto para 2011, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu fala sobre sua trajetória política e revela ansiedade pela decisão do Supremo Tribunal Federal

Nascido em Passa Quatro, uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu de Oliveira e Silva apaixonou-se cedo pela política. Formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), teve destacada atuação como liderança do movimento estudantil nos "anos de chumbo" da ditadura militar. No dia 12 de outubro de 1968, durante o 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado em um sítio de Ibiúna-SP, Dirceu acabou preso e conduzido para o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).

No início de setembro de 1969, em troca da libertação do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, sequestrado por integrantes das organizações guerrilheiras de esquerda Ação Libertadora Nacional (ALN) e Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), Dirceu e mais 14 presos políticos foram libertados pelos militares e expulsos do país. "Cassaram a minha nacionalidade, me baniram do país", afirma Dirceu, que exilou-se em Cuba e retornou na condição de clandestino para o Brasil. Após a anistia, ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores, em 1980. Eleito deputado federal, participou da CPI que levou ao impeachment e à suspensão dos direitos políticos do então presidente Fernando Collor de Mello.

Quando Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República em 2002, José Dirceu logo assumiu uma posição de protagonismo em Brasília. Nomeado ministro-chefe da Casa Civil, era o homem forte do Governo Lula até as denúncias do deputado federal Roberto Jefferson provocarem uma grande crise política, que culminou com a sua saída da equipe ministerial e a cassação do seu mandato de deputado federal.

Nesta entrevista exclusiva para a revista Sociologia Ciência & Vida, José Dirceu conta como entrou para a política, relembra sua vida em Cuba, faz sua avaliação do caso PC Farias e do episódio de sua cassação em 2005.

Você nasceu na cidade de Passa Quatro, no interior de Minas Gerais. Lá, você já tinha contato com a política? Mostrava inclinação para essa vocação?Conte sobre o seu primeiro contato com a política e a militância na esquerda. Quais fatores ali podem ter influenciado sua trajetória política?

Meu pai era civilista, da ala do deputado Bilac Pinto (UDN-MG), e rompeu com o golpe na hora que a ditadura cortou figuras como o Lacerda e o Magalhães Pinto. Uma ala da UDN, partido extinto pelo AI-2 em 1965, se descolou e foi para a Frente Ampla, a união do JK, do Jango e do Lacerda, que foi extinta por decreto pela ditadura. Convivi com a política em casa, desde cedo. O sócio do meu pai na gráfica era do PTB, getulista. Aprendi a conviver com a diversidade desde criança.

"DESENCADEAMOS UMA REVOLUÇÃO CULTURAL QUE PODERIA SE COMPARAR À SEMANA DE ARTE MODERNA SE NÃO TIVESSE SIDO TOLHIDA PELO AI-5. EM 1968, VIMOS SURGIR UM BRASIL URBANO E UMA GERAÇÃO JOVEM QUE TRABALHA E É INDEPENDENTE DOS PAIS"

Você se formou em Direito na PUC. O que o levou a fazer este curso? Detalhe sua liderança política naquela época.

Minha opção pelo Direito foi por via política. Queria estudar direito constitucional e internacional, além de penal. Na faculdade, me dei conta de que os professores ensinavam como se vivêssemos numa democracia e não falavam da ditadura, dos Atos Institucionais 1 e 2, da repressão, das cassações, da censura, das prisões, da proibição de greves e manifestações, do fim das eleições diretas. Comecei a protestar e a militar, a reativar o Centro Acadêmico, a participar de cineclubes, feiras de livro, reuniões e debates. Tudo proibido pela ditadura.

Depois participei das lutas contra o aumento das anuidades, pela reabertura da UNE e das UEEs, as uniões estaduais de estudantes, e dos centros acadêmicos, até ser eleito presidente do CA 22 de Agosto, da minha faculdade, a PUC de São Paulo, e depois da UEE de São Paulo. Comecei a liderar minha classe e depois de participar de todas as lutas, aos poucos fui aprendendo com as lideranças de antes do golpe. Me filiei ao PCB [Partido Comunista Brasileiro] e depois à dissidência estudantil do PCB. Me lembro que quando entrei na faculdade de Direito da PUC, em 1965, encontrei um cemitério. Fui um daqueles jovens que se opunham ao golpe militar dado um ano antes e um militante do movimento estudantil e da rebelião de uma geração contra toda uma estrutura moral e de comportamento.

Desencadeamos uma revolução cultural que poderia se comparar à Semana de Arte Moderna se não tivesse sido tolhida pelo AI-5. Em 1968, vimos surgir um Brasil urbano e uma geração jovem que trabalha e é independente dos pais. Começou a surgir um Brasil rebelde e libertário que misturava, por exemplo, as elites com as classes populares nas universidades. Quando ingressei nessa luta, o movimento estudantil vivia um cenário desolador: o golpe militar desfechado um ano antes fechara a maioria dos centros acadêmicos e instituições de movimentos sindical e popular, estabelecera censura (ainda que não institucionalizada) e até índex de livros proibidos.

O Brasil vivia o auge da repressão. Fale sobre a famosa Batalha da Maria Antonia.

A repressão permeava tudo: o ensino, a relação com os professores, a discriminação às mulheres, os movimentos e agremiações sociais e populares, enfim, toda a vida nacional. Da revolta contra essa opressão e contra os padrões conservadores, nasceu, efetivamente, minha atuação política. Fui um dos participantes da batalha da rua Maria Antonia, em 3 de outubro de 1968, o histórico, gravíssimo e sangrento confronto entre estudantes da Faculdade de Filosofia da USP [Universidade de São Paulo] e uma minoria de estudantes da Universidade Mackenzie, este lado com o apoio de agentes infiltrados do DOPS e de membros do Comando de Caça aos Comunistas (CCC). O conflito, forjado para justificar a ocupação da Faculdade de Filosofia da USP, principal polo do movimento estudantil paulista, culminou na morte do secundarista José Carlos Guimarães, assassinado à bala pela repressão aos 20 anos. Após esse triste episódio, fizemos clandestinamente o 30º Congresso da UNE, em Ibiúna. "Caímos". Os registros da mídia variam, mas o nosso cálculo é que mais de 800 estudantes foram presos, entre os quais eu.

Você foi um dos quinze presos liberados por exigência do sequestro do embaixador norte-americano. Por favor, relate como foram essas negociações e o que chegou até você nessa época. Qual era a sua relação com o grupo que sequestrou o embaixador?

Quando fomos presos durante o Congresso da UNE, primeiro fomos levados para o Forte de Itaipu, na Praia Grande, que na época era comandado pelo então tenente-coronel Erasmo Dias. Em seguida, fomos para o 2º BC em São Vicente, e depois passamos por uma delegacia na rua Onze de Junho, e pelo quartel do Exército em Quitaúna, bairro de Osasco. Lá eu fiquei sabendo por um preso que chamávamos de Cabeleira que seria um dos 15 presos políticos trocados pela libertação do embaixador americano Charles Burke Elbrick, e banido do país. Cassaram a minha nacionalidade, me baniram do país e me colocaram em um avião para o México.

Fui recebido com outros companheiros pelo governo mexicano. Ficamos em um hotel que existe até hoje lá, no centro da Cidade do México.Depois de um mês, fomos para Havana, onde éramos hóspedes do governo cubano. Não tínhamos informações sobre as negociações, e minha relação com a ALN era política. A não ser pela presença na sua direção e nos grupos de combate de dezenas de companheiros que haviam lutado comigo no movimento estudantil, eu não tinha contato e não era militante da organização de Marighella. Alguns deles reencontrei em Cuba, daí a razão da minha ida para a Casa dos 28, onde me integrei ao grupo que estava em Cuba pela ALN para treinamento militar.

"VIVI O EXÍLIO E A CLANDESTINIDADE E, NAS DUAS SITUAÇÕES, A REPRESSÃO, O ENDURECIMENTO DA DITADURA, AS MORTES E DESAPARECIMENTOS POLÍTICOS PROVOCADOS PELA DITADURA, A PRISÃO E TORTURA INFRINGIDAS AOS IDEALISTAS QUE RESISTIAM À DITADURA, E A SAGA DOS MILHARES DE BRASILEIROS QUE, COMO EU, FORAM OBRIGADOS A SE EXILAR"


Durante o exílio em Cuba, como era a sua vida no país? Como era o seu relacionamento com os parentes e colegas no Brasil, e quais foram os momentos mais marcantes dessa fase? Depois, você voltou ao Brasil duas vezes clandestinamente. Como foram esses retornos?


Vivi o exílio e a clandestinidade e, nas duas situações, a repressão, o endurecimento da ditadura, as mortes e desaparecimentos políticos provocados pela ditadura, a prisão e tortura infringidas aos idealistas que resistiam à ditadura, e a saga dos milhares de brasileiros que, como eu, foram obrigados a se exilar. Em Cuba reencontrei os companheiros da Ação Libertadora Nacional e comecei a fazer treinamento militar. Lá, estudei e trabalhei quando não estava fazendo treinamento ou me preparando para voltar ao Brasil.

Nunca mantive contato com minha família durante o exílio e a clandestinidade, a não ser para avisar que estava vivo. De volta ao Brasil, lutei na clandestinidade entre 1971 e 1972. Sem condições de permanecer no país, voltei para Cuba por decisão de minha organização, o MOLIPO [Movimento de Libertação Popular]. E vivi também clandestinamente em Cruzeiro do Oeste, no Paraná, de 1975 a 1980, onde me casei com Clara Becker e tive um filho, José Carlos, hoje prefeito da cidade. Com a anistia em 1979, voltei à atuação política normal, ajudei a fundar e a organizar o PT. Durante os anos que vivi no Paraná, aproveitei para conhecer o Brasil e estudar, ler, viajar. Só voltei a fazer contatos políticos no meio do ano de 1979, quando já estava claro que a anistia viria graças à luta democrática dirigida pelo MDB e à ascensão das greves operárias lideradas por Lula.
Você foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores. Explique-nos sobre o início da formação desse partido e quais eram as maiores dificuldades. Fale sobre a sua atuação no partido no início e nos últimos tempos antes de sua cassação, em 2005.

Com a anistia e o início da redemocratização, assim como eu, muitos militantes de esquerda, de vários grupos, da luta política e da luta sindical, sentíamos a necessidade de nos organizarmos em um partido que representasse os interesses dos setores progressistas e, principalmente, os interesses do povo brasileiro, do trabalhador brasileiro. Havia um movimento sindical belíssimo no ABCD paulista, que foi berço para esse partido.

Esse ideário de transformação, de construção do socialismo e de transformação ética da sociedade também cativou setores progressistas da classe média, da Igreja e mesmo do empresariado. Fui um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, fui seu dirigente por anos. De 1981 a 1983, fui secretário de Formação Política do PT paulista; de 1983 a 1987, secretário-geral do seu Diretório Regional; e de 1987 a 1993 fui secretário-geral do Diretório Nacional. Em 1986 fui eleito deputado estadual em São Paulo. Em 1990, fui eleito deputado federal e em 1994, disputei o governo de São Paulo, recebendo dois milhões de votos.

Voltei a ser eleito deputado federal em 1998 e 2002, quando fui o segundo mais votado do país. Em 1995, assumi a presidência do PT, sendo reeleito por três vezes. Na última, em 2001, fui escolhido diretamente pelos filiados em um processo inédito no Brasil de eleições diretas para todas as direções de um partido político, e ocupei a função até 2002, quando me licenciei para participar do governo do presidente Lula. Fui integrante da coordenação das campanhas de Lula à presidência em 1989, 1994 e 1998, tendo sido o coordenador-geral em 2002. Com a vitória de Lula, assumi a função de coordenador político da equipe de transição. Quando o presidente assumiu, fui nomeado ministro da Casa Civil, cargo que ocupei de janeiro de 2003 a junho de 2005.

Você participou ativamente da CPI que levou a saída do então presidente Fernando Collor de Mello. Como avaliaria hoje o caso PC Farias?

Na Câmara dos Deputados, assinei, com Eduardo Suplicy, requerimento propondo a "CPI do PC" (Paulo César Farias), que levou ao impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. Mas o que pedi era investigação para os fatos que se denunciavam à época. Collor renunciou para não ser cassado, para não ser condenado num julgamento político, e depois foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal. Como avalio hoje? Hoje, o ex-presidente Collor, depois de cumprir dez anos de suspensão de seus direitos políticos, é senador pelo seu Estado, Alagoas. Assim, acredito que respondeu por seus atos com a cassação e a suspensão dos direitos políticos por dez anos.
Durante o processo que culminou com a sua cassação, em 2005, como você enfrentou as acusações? Hoje, de que forma você analisa essas acusações e o que faria de diferente se pudesse voltar no tempo?

Logo após as entrevistas de Roberto Jefferson para a "Folha" e, principalmente depois que o "Estadão" sugeriu a ele a ideia - e ele comprou - de me apontar como "chefe da quadrilha", eu sabia que seria cassado, sabia que a Câmara teria de dar uma resposta e que a oposição não perderia a oportunidade de fazer tudo para me tirar o mandato. Nesse período, entre as denúncias e a votação da perda do mandato, eu fiz minha defesa com todas as forças, mas também me preparei para a vida longe do Executivo e do Legislativo. Mais ainda, me preparei para enfrentar os próximos anos à espera do julgamento no Supremo Tribunal Federal, que deve acontecer em 2011.

Se considerarmos que o processo de cassação foi em 2005, posso dizer que falta pouco. No mais, já fui absolvido em ação de improbidade administrativa que corre na Justiça Federal em Brasília; todas as seis investigações abertas no chamado caso Waldomiro Diniz - duas CPIs, dois inquéritos policiais e dois procedimentos do MP - nada apontaram contra mim e nem arrolado como testemunha eu fui; e sobrevivi a uma devassa de 17 meses feita pela Receita Federal, que não encontrou nada de irregular nas minhas contas, principalmente no que se refere à variação patrimonial incompatível. Praticamente recebi um atestado de idoneidade. Só resta aguardar o julgamento no Supremo.

Quais são seus planos futuros?

Neste momento, aguardo ansiosamente meu julgamento no Supremo Tribunal Federal.


Um abraço, Blah e até!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Carta aos candidatos, sobre a utopia do possível

Olá!

Me deparei, durante minhas andanças virtuais com este texto da Marilza de Melo Foucher, que é doutora em Economia, especializada em desenvolvimento territorial integrado e sustentável. Li e gostei muito, quem sabe se todos nós enviássemos este texto para os candidatos, tanto à Presidência, mas os de todos os níveis, talvez, talvez algo do que ela propõe seja implantado no nosso Brasil. leiam e se gostarem façam como eu: assinem embaixo.


Um eleitor ou uma eleitora assume o exercício da cidadania política não somente com o voto no dia da eleição. Ele, ela pode influir no debate político atual. Tendo em vista que hoje o Brasil conta com uma malha importante de comunicação virtual, cada um e cada uma pode sugerir aos candidatos sua visão de Brasil.

As treze sugestões abaixo, escrevi para o primeiro e segundo mandato de Lula. Reescrevo hoje, esperando que cheguem até as mãos de Dilma, de Marina, de Plínio, e até as mãos de Serra! Todavia, Serra representa a continuidade do governo de FHC que deixou o Brasil em situação crítica. Muitas dessas sugestões em parte foram cumpridas, outras não. O desafio continua!

Eu continuo na teimosia da utopia do possível.

1. Qualquer candidato eleito à Presidência da República deverá ficar atento aos direitos humanos, à solidariedade social, ao desenvolvimento territorial integrado e sustentável, à justa partilha dos frutos do crescimento econômico, ao direito de um meio ambiente protegido, ao respeito pela diversidade cultural, lingüística, religiosa e partidária, combatendo todas as formas de preconceitos sociais e raciais.

2. Os programas sociais serão ainda mais dinâmicos no seu acompanhamento, no sentido de corrigir suas falhas. Todas as atividades e projetos serão mais orientados ao processo de inclusão social: só assim se evita o assistencialismo. Trabalhar com os excluídos exige ação bem articulada com outros ministérios implicados, com os governos locais e suas respectivas secretarias. Os programas sociais e de geração de trabalho e renda terão uma metodologia para articular todas as atividades e projetos, a fim de promover um desenvolvimento integrado, solidário e sustentável. Isso exige uma capacitação das pessoas implicadas nos diversos escalões do Estado.

3. A reforma rural não se pode fazer sem reforma urbana; a relação entre a cidade e o campo deve ser tratada de forma associada. A “favelização” das pequenas e médias cidades brasileiras foi o resultado da falta de uma política global. Isto revela a fragmentação da organização territorial. A fixação do homem à terra depende de uma nova concepção da relação espaço urbano/rural e da criação de alternativas que levem a inclusão social rural/urbana. Nesse sentido, os municípios serão mais estimulados a executar um verdadeiro programa de desenvolvimento territorial integrado, donde a questão da terra é revisada e planejada, desde as reservas indígenas, quilombadas, reservas extrativistas, florestais, desse modo, se evita conflitos desnecessários.

4. Deve-se superar o jargão da moda: o conceito de “desenvolvimento sustentável”, por vezes, vazio e sem fundamentação. O verdadeiro desenvolvimento leva em conta a dimensão cultural dos povos e trata de forma pluri-disciplinar os problemas que afetam a população onde o econômico, o social, o político, o meio ambiente formam um todo dentro de uma visão sistêmica da realidade. O centro de interesse de uma ação de desenvolvimento gira em função da dimensão humana. Daí todos os atores sociais de forma organizada devem participar da elaboração, na execução e no acompanhamento de qualquer ação que lhes concerne. O controle social integra-se ao exercício da cidadania ativa.

5. Continuar os esforços na área de educação, para que se possa melhorar a qualidade do ensino (do primário ao ensino superior); aumentar os recursos para capacitação dos professores em todos os níveis de ensino. Um salário digno para os professores do ensino fundamental até o segundo grau. Sabe-se que é nessa faixa etária que podemos dar uma formação à cidadania. Faz-se necessário e urgente de estabelecer no currículo escolar a educação cívica e transmitir aos nossos jovens os valores republicanos e um bom entendimento sobre o funcionamento do Estado. O que representa o Estado, essa abstração teórica criada pela inteligência humana. O que é um Bem Público. Como cidadão e cidadã, saber exercer seus direitos e cumprir com as obrigações face ao Estado democrático. Não vamos confundir educação cívica com nacionalismo. Trata-se de educar os jovens para o exercício futuro do poder: eles devem adquirir o aprendizado de saber lidar com a coisa pública, para entender o que é o poder, qual a função do poder político, quais são as qualidades necessárias para seu exercício. A exigência da educação cívica pode ser útil para sanear o vírus da corrupção presente na sociedade brasileira.

6. Propor ao corpo docente criar, também no currículo escolar, a educação para paz, a fim de desarmar a cultura da violência onipresente na sociedade brasileira. Enquanto os governos de todas as esferas não tratarem como prioridade a qualidade da educação, do jardim da infância à universidade, o Brasil continuará fabricando a exclusão e incivilidade.

7. O governo deve ter consciência que a miséria só será vencida no momento em que a educação for priorizada como fundamental. Ela deve ser tratada como uma temática transversal, presente em todos os programas sociais do governo. Um operário com um salário correto e com boa capacitação produzirá peças de qualidade, e saberá também exercer seus direitos e cumprir obrigações. Um funcionário público que usufrui de formação ao longo de sua carreira vai cumprir corretamente sua função. Terá uma concepção distinta do serviço público e da preservação do bem público. Na certa, terá mais resistência ao vírus da corrupção que um funcionário sem formação e mal remunerado.

8. O aprendizado da maquina da administração do Estado é fundamental e exige certas qualidades para seu bom funcionamento. Por isso, a competência, a idoneidade pública profissional são critérios necessários para nomear ministros (as) e outras pessoas aos cargos de direção, em qualquer instituição pública.

9. O Governo Lula adquiriu, em dois mandatos, a experiência de gestão de um Estado falido. Deve-se reconhecer que apesar de algumas falhas, conseguiu uma boa administração da crise econômica e agiu sem precipitação. Mudou o funcionamento da diplomacia brasileira e ela conseguiu forjar uma estratégia internacional de participação e não de submissão às regras multilaterais da governança mundial. Hoje o Brasil reúne condições para garantir uma política interna mais condizente com os anseios de seu povo. O governo Lula teve muita tática e esforços para sanear grande parte da divida publica e privada, criou credibilidade internacional, aumentou as reservas monetárias, possibilitando uma governabilidade capaz de promover a inclusão social. O próximo presidente deverá ter perspicácia e senso publico para dar continuidade a esse processo.

10. Continuidade da política de relações internacionais. Num mundo globalizado, é impossível governar um país sem estratégia de ação internacional. Deve-se saber construir alianças a fim de convencer as instituições da “governança” mundial que o Brasil é uma potência não-imperialista. O problema da miséria e das desigualdades sociais requer uma cooperação baseada na reciprocidade pautada no respeito das soberanias de cada nação, que tem a liberdade de escolher o modo de desenvolvimento mais compatível com sua realidade, concebido dentro de uma visão holística e não economicista do desenvolvimento.

11. Ao eleger seus deputados, senadores e seu presidente, o povo brasileiro espera que seus representantes sejam dignos dos mandatos. A casa do povo deve defender os interesses coletivos, não os privados. Espera-se dessa vez que os deputados e senadores votem a lei da reforma política para sanear Câmara e Senado, livrando-os do fisiologismo, que propaga o vírus da corrupção em todas as esferas do poder. A corrupção é uma questão de moralidade publica.

12. O próximo governo deve propor uma profunda reforma administrativa, para melhorar a gestão publica em todos os ministérios, secretarias e autarquias. Que nenhum deputado, nenhum senador tenha o direito ao cabide de empregos na administração publica, como em geral é costume nacional. Agindo desta forma, o governo federal pode eliminar da maquina administrativa os incompetentes, apadrinhados dos cargos públicos. O candidato a assumir cargos públicos deve ter experiência e currículo para exercer sua função.

13. A diplomacia brasileira vai continuar os esforços em criar ma sinergia continental, capaz de promover um equilíbrio geopolítico sem hegemonias, acabando desta forma com a subordinação do continente aos interesses imperialistas. Existe hoje, entre os novos governantes da esquerda democrática (moderada e radical), uma convergência sobre a necessidade de uma integração política, econômica e social dos espaços regionais do Cone Sul e dos países andinos. Há disposição para fortalecer a comunidade sul-americana das nações. Essa comunidade engloba 12 países, cobre 17 milhões de Km2, agrupa 361 milhões de habitantes e representa um PIB de mais de 970 bilhões de dólares. Sabe-se que dificilmente um país sul-americano isolado, poderá confrontar as regras do funcionamento do sistema multilateral ainda sob controle das grandes potências do norte: daí a necessidade de continuar o fortalecimento da solidariedade sul-americana.


Gostaram? reopassem então para seus (suas) candidatos (as).
Um abraço, Blah e até!

terça-feira, 27 de julho de 2010

A Pratica Eleitoreira da Direita

Está cada vez mais difícil entender a imprensa e a oposição neste País. Se o Governo federal abre os cofres e remaneja verba para municípios em ano eleitoral é considerada uma medida eleitoreira, se faz o contrário é um governo que não “ajuda” os municípios. SE o Presidente da república não fala da candidata a sua sucessão é por que não a apoia, se fala é uso da máquina administrativa. Numa campanha eleitoral onde se comenta sobre a liberdade da democracia, a liberdade de imprensa, dever-se-ia comentar ou explicar para leigos em geral o que democracia e liberdade se exerce com respeito, respeito ao cidadão e cidadã que vota, ao cidadão e cidadã que é candidato (a). mas ao contrario tudo vale. Incluir acusações infundadas e/ou inverídicas sobre candidatos (as).
A mídia , que deveria informar está mais preocupada em eleger candidatos. Por que faz alarde ao déficit das contas externas Brasileiras como alguns grandes jornais (Globo, Folha, por exemplo) fizeram em suas primeiras páginas. Mas lá no pé da matéria explica porque o déficit: remessas de lucros das multinacionais para suas matrizes e “o brasileiro tem um novo robby – viajar para o exterior (Mas porque é mais barato ir para o exterior do que viajar dentro do Brasil? Alguém me explica por favor.) são apontados como PRINCIPAIS FATORES para o desempenho ruim das contas. Colocam como o pior resultado desde o longinquo 1947.

Em contra partida aos problemas existentes no atual governo federal, e eles existem de fato, os candidato da oposição mais forte já está no desespero. Pretende ele, José Serra, desqualificar a sua Oponente, Dilma Rousseff , da maneira mais sórdida, diz ele: Dilma é terrorista, Dilma está mal preparada para governar, critica as altas taxas de juros aplicadas pelo governo Lula. Mas alguém sabe em quanto foi aumentado os pedágios de São paulo, ou alguém se lembra da crise dos remédios durante o último ano do governo FHC quem era o ministro da saúde que saiu do cargo pelos fundos para se candidatar a presidência, ou ainda, alguém se lembra de um candidato a prefeitura de São Paulo que jurou perante as câmeras das principais emissoras brasileiras que ficaria quatro anos a frente de tal prefeitura, mas que depois de dois, eu disse dois anos saiu do cargo para concorrer ao governo do estado de São paulo, quem lembra? Vou lhes contar: foi o José Serra. Não gostar da candidata do PT é uma coisa, mas me fazer de besta é outra. Se por um lado serra acusa o PT de fomentar as invasões do MST, o que podemos dizer de um candidato que tem alicerces nos grandes empresários e nos grandes latifundiários do Brasil? Lembrando ainda os Oito anos de privatização vergonhosa, uma verdadeira entrega do ouro ao bandido, realizada pelo PSDB nos anos FHC, que teve o apoio de Serra e que agora, como tucano mestre, FHC dá apoio ao candidato Serra.

Vamos ter, mais uma vez, uma campanha polarizada entre o desespero da pseudo-vanguarda política, já ultrapassada e de modelo falido, que é o liberalismo burguês capitaneado por tucanos e democratas, e, de outro a revolução das massas capitaneadas por PT, o PC do B e demais coligados, num modelo que vinha de uma esquerda raivosa, pronta para morder tudo e todos, mas que apreendeu a administrar um gigante como o Brasil. Não nos iludamos, pois radicalizações não acontecerão, não é mais tempo para tal, nem há tempo para tanto. A base de governabilidade deste maravilhoso País passa pelas mãos nem tanto escrupulosas do PMDB – que nasceu nos movimentos revolucionários como o MR-8 – mas perdeu identidade e ganhou em ganância pelo poder e fará o que for para manter-se por lá. Pena, nobres intenções perdidas no tempo. È ver para crer não , ao menos para mim, não vale a pena pagar mais quatro anos de desmonte do governo federal com uma campanha abaixo do medíocre realizada por Serra e asseclas.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Estamos no ar e disparamos nosssos primeiro foguetes!

Não me surpreendo mais com as atitudes de setores golpístas e/ou conservadores da sociedade. mas todo cuidado é pouco. Hoje ouvindo a Rádio Nacional (é tem gente que gosta de ouvir algo diferente!!!!) me surpreendi com a notícia de que o Brasil é o antepenúltimo colocado em IDH na América latina e caribe, de acordo com o relatório do PNUD 2010. Fiquei curioso e entrei no site do PNUD (http://www.pnud.org.br/home/) e lá estava a manchete "Com desigualdade, IDH do Brasil cai 19%, aponta novo método elaborado pelo PNUD". A pesquisa realizada pelo PNUD leva em conta a "disparidade" (palavra utilizada pelo órgão da ONU  discrimina no relatório), mas não leva em conta, numa visão minha do relatório, a priori, os índices de melhoria da sociedade brasileira nos últimos anos como a diminuição da pobreza e do analfabetismo, o crescimento da renda do brasileiro em relação às compras de bens, a diminuição da evasão escolar entre tantos outros índices indispensáveis para uma BOA pesquisa. Em breve postaremos aqui mais detalhes deste relatório do PNUD.


Outra notícia que me deixou de cabelo em pé foi a que li no Blog do paulo Henrique Amorim ( http://www.conversaafiada.com.br/ ): bloggueiro censurado pela justiça no... no... no... Maranhão. O jornalista Itevaldo Jr., Bloggueiro independente tem denunciado, praticamente sozinho, as inúmeras e absurdas maracutaias que envolvem magistrados naquele estado, quase sempre gente ligada ao esquema da família Sarney. Resultado estão tentando calar o cara. Cara de pau da família sarney (mas conhecido como o "Capo" do Senado).

O juiz Alexandre Lopes de Abreu, diretor do Fórum Sarney Costa em São Luís e respondendo pela 6ª Vara Cível, decidiu censurar o blog do jornalista Itevaldo Júnior, atendendo um pedido de liminar do juiz Nemias Nunes Carvalho, da 2ª Vara Cível da capital. A decisão de Alexandre Abreu determina que o jornalista retire imediatamente do blog www.itevaldo.com uma reportagem onde ele revela que o juiz Nemias Carvalho comprou uma fazenda de 101,19 hectares, de um acusado que o próprio magistrado revogara a prisão. A ré estava foragida quando da revogação da prisão, mas, em seguida, negociou a propriedade por R$ 5.ooo,00 às margens da BR-316. A decisão liminar foi proferida na última sexta-feira, dia 16. O juiz Alexandre Abreu decidiu em dois minutos, o deferimento, como comprova a movimentação processual disponível no site do Tribunal de Justiça do Maranhão:

“Às 14:00:48 – CONCLUSOS PARA DESPACHO / DECISÃO. sem informação.
Às 14:02:39 – CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR”.

Na decisão, o juiz da 6ª Vara Cível ordena que o jornalista retire imediatamente do blog a matéria “JUIZ NEMIAS CARVALHO: NOUTRA POLÊMICA”, publicada no último dia 12. O juiz determinou ainda que o blog “se abstenha de proceder a qualquer alusão ou referência ao nome do autor, até decisão final da causa”. Além de estipular uma multa diária de R$ 500,00, caso seja descumprida a decisão liminar. O jornalista cumpriu a determinação judicial, hoje, logo após ser notificado às 7h05 da manhã em sua residência. Ainda em sua decisão, o juiz afirma que “a dignidade da pessoa” é um “bem maior” que a “liberdade de manifestação”. Itevaldo Júnior afirmou que recorrerá da rápida decisão. “A celeridade dessa decisão é de fazer inveja ao velocista jamaicano Usaih Bolt”, ironizou o jornalista.


Ajude a divulgar mais esta arbitrariedade de um grupo que faz com que o Brasil não cresça e não seja um lar melhor para todos os Brasileiros (as). Lembrando que um grupo que comande, ou uma única pessoa que comande, toda uma nação ao seu bel prazer é que é ditadura e não todo um povo aclamando um governo realmente popular - como é o caso de Cuba e da Venezuela, por exemplo.

E já que tocamos na venezuela, dois temas interligados com o tema  das FARC: o primeiro é a atuação ridícula do governo Colombiano em relação a possível ajuda do Governo Hugo Chavez a essas Forças Revolucionárias, tantas questões internas a resolver que pode acreditar que o Presidente da venezuela tem tempo para "ajudar" as FARC - o governo de uribe é, claramente, um marionete dos propósitos estadudinenses. Não dá para levar em conta tal sandice. Ainda em relação as FARC, Mas uma campanha difamatória a um partido realmente popular como o PT e a uma campanha que nem começou a de Dilma Russef. No programa 3 a 1, da Tv Brasil mais uma vez tocou-se neste assunto e agora vem a baila o comentário de Índio da Costa sobre o tal envolvimento do PT com as FARC. Alguém se lembra do serra quando o Ministério da Saúde estava em crise? Bem, lembro me eu que o ex-ministro saiu de fininho para se candidatar a presidência. me lembro também de uma promessa de serra que não dixaria a prefeitura de São paulo para se candidatar. SAIU. se candidatou ao Governo de São Paulo deixando o povo paulista Kassa(B)ndo ele em algum lugar. Dá para dar crédi, ainda, em políticos como esse? Eu não dou.

Um último assunto. A quem interessar possa o PRONAF, programa de crédito a pequenos produtores e povão em geral cresceu no Govero Lula de dois, eu disse dois bilhõs de Reais para 16 bilhões de Reais. Alguém divulgou isso na mídia? 

Em tempo: que democracia é esta a qual somente partidos com "representatividade" pode participar com seus candidatos à presidência num debate na televisão? Que democracia é esta em que, no horário eleitoral, nem todos tem direito a voz e os que tem respeitam a porcentagem de "representatividade". Gostaria de ouvir também o Ivan Pinheiro (PCB) e companheiros e companheira do PSTU, do PCO e outras legendas que para uma lei NADA DEMOCRÁTICA impõe que se tenha uma "representatividade".

Uma braço e até!