quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Violência, Direitos Humanos e Harmonia



Olá!

Fala-se muito em direitos humanos. A Violência em Pinheirinhos, em São José dos campos, a violência na Síria, os cinco presos cubanos - e já considerados inocentes - nos Estados Unidos, Guantanamo e muito mais. Mas Alguém falou nos direitos humanos na Líbia, nos guetos existentes nos países considerados "ricos" (primeiro mundo?), nas favelas cariocas. A violência física todo mundo lembra, a psicológica também, Mas e a violência da má, ou falta, de educação para a população. E a violência dos excluidos econômicos ao redor do mundo? Quem fala e/ou lembra deles?

Essa tal democracia, ou o "mundo livre" me decepciona e muito. Globalização, livre mercado, direito a escolha do que comprar e quando comprar parece bastante interessante, mas ao olhar bem não vejo vantagem qualitativa - apenas quantitativa. Viver bem não é ter, mas ser. Envolvidos com esse modo de vida consumista as pessoas não enxergam o ser humano ao seu lado, seja ele um estranho, ou amigo e até parente, não importa o importante é o eu, o ego - Ergo ego sum - tenho logo existo, então sou. No livro "Sete anos no Tibet" (Heinrich Harrer, ed. L&PM 1993) o autor conta sua experiência no Tibet antes e durante a segunda guerra e a invasão Chinesa aquele país. Uma das passagens mais interessantes é a dele (Heinrich Harrer) mostrar a uma Tibetana como escalar, munido de equipamento ele sobe a parede de uma casa. resposta dela ao inusitado foi mostrar como subir na vida tem perspectivas diferentes em povos diferentes. Um tibetano não subiria na vida assim foi masi ou menos o que ele disse. de qualquer forma voltando raciocínio, como melhorar de vida se há um esquema econômico global montado no endividamento. cartão de crédito, empréstimo bancário, cheque pré-datado etc eis uma maneira de escravisar uma pessoa ou país aos ditames de alguém, ou país.

O grande problema é que o sistema não se sustenta por si só. É um grande engodo. O ativo circulante no sistema econômico mundial não tem lastro suficiente para sustentar o passivo. trocando em miúdos: Não há moeda suficiente para pagar a dívida mundial - é tudo uma grande estratégia, é dinheiro que não existe. Daí a quebradeira na europa, foi um efeito dominó, começou na Grécia (um país pequeno, mas com uma enorme dívida) que não tinha (nem tem) dinheiro para pagar a dívida, com isso os credores da Grécia entram em colapso e não puderam pagar suas dívidas também. Algo parecido ocorreu no Estados Unidos as pessoas compraram suas casas e não puderam pagar as parcelas das dívidas, com isso a quebradeira das corretoras e banco americanos. No Brasil isso ainda esta controlado, mas pode descontrolar. Uma vaga na zona sul do Rio de Janeiro custar 500 reais, um conjugado entre 800 e 1000 reais o aluguel é fora de propósito. Vai quebrar tudo!!! Não há como uma economia nestes moldes se sustentar.

Comunismo, socialismo, Anarquismo, capitalismo, não importa qual é a organização socio-econômica, faz-se necessário pensar nas pessoas. Mas não adianta pensar no outro e rezar, ou fazer caridade ou o governo "subsidiar famílias", para resolver a situação precisa-se ir mais fundo, ir ao cerne do problema. Problema esse que passa pela questão de uma reforma não somente política, não somente econômica e não somente social - a reforma, a revolução tem de ser de consciência que há em todos nós. A reforma tem de ser íntima. Temos que parar de pensar que somos a pessoa mais importante do mundo, pois todos no planeta, qui sá do universo são tão importantes para o equilíbrio da vida quanto nós. Um a menos e a balança do universo pende para um lado e a lei da ação e reação terá de entrar em jogo para compensar a falta.

Não pretendo aqui pregar uma "teocracia", mas refletir sobre o que estamos fazendo para a real melhoria do planeta. senão vejamos, matamos por petróleo, por terras, por dinheiro, por um par de tênis de marca famosa, matamos porque estamos com fome, matamos porque matamos e pronto. Toda essa violência, essa competição mortal de quem tem mais do que quem, quem é mais poderoso do que quem, quem tem a arma mais letal do que quem, aonde tudo isso nos leva?!?!?! O que faz-se necessário para que a civilização terrena entenda e mude o rumo, mude para uma harmonia maior entre pessoas e entre países? respeito? Amor? há uma idéia Budista que diz mais ou menos assim: para entendermos o outro é preciso estar aberto para conhecer o outro de verdade, sem conceitos pré estabelecidos por nós (ou nossa cultura, organização social, ou religiosa etc). Cada vez mais vislumbro esse caminho, o caminho do meio, como ensina o Budismo. O caminho da não-ação, que Ghandi também falou, pregou e exerceu por toda vida. Não-ação não quer dizer acomodação, ou falta de ação, mas sim o caminho da compreensão incondicional para a harmonia entre todos os seres vivos terrenos, e eu acrescentaria os não terrenos também.


Um abraço e até!