quinta-feira, 14 de abril de 2011

Poema Sinfônico

Olá!

Uma das formas sinfônicas que mais gosto é o poema sinfônico. O poema sinfônico se baseia na literatura ou em um poema. É executado por uma orquestra em um único movimento. Esra forma musical foi criada na Alemanha e com Franz Lizt (compositor Hungaro, 1811-1886) toma a forma que conhecemos hoje. a "Guerra dos Unos", poema sinfônico dele é, para mim um dos mais belos.
Mas hoje estamos com outro poema sinfônico em questão: "poema do extase", opus 50, de Scriabin. As suas composições mais célebres são duas obras orquestrais, o Poema do Êxtase (1908) e Prometeu (1910),peças em que pretendia suscitar no público uma espécie de êxtase místico, fortalecendo a interpretação com efeitos de iluminação nas salas de concertos. Em algumas obras, como Prometeu: Poema do Fogo (1913), utiliza jogos de cores, fazendo experiências com a sinestesia na relação de música e cores.

Escute aqui o Poema do Extase de escriabin, com  o Concertgebow de Amsterdan, sob a direção de Antal Dorati .


De acordo com o calendário juliano, Scriabin (foto ao lado) nasceu no dia de Natal de 1871 de uma família aristocrática. Quanto tinha apenas um ano, a sua mãe, pianista de concerto, morreu vítima de tuberculose. Scriabin é entregue aos cuidados da avó e da tia, depois do pai partir para a Turquia. Desde cedo começa os seus estudos musicais com Nikolay Zverev, na altura mestre de Sergei Rachmaninoff e de outros talentos.
Scriabin ingressa posteriormente no Conservatório de Moscovo, estudando com Anton Arensky, Sergei Taneyev e Vasily Ilyich Safonov, demonstrando na altura um assinalável talento como pianista. É, porém, nesta altura que Scriabin lesiona gravemente a sua mão direita ao sentir-se desafiado por Josef Lhevinne, colega de conservatório que posteriormente se tornará um grande pianista. É neste momento que Scriabin compõe a sua primeira grande obra, a sonata em Fá menor, num acto que definiu como «um grito a Deus e ao Destino».
Foi casado com Vera Ivanova Isakovich, embora tenha preferido a companhia de Tatiana Fyodorovna, com quem teve um filho que acabou por morrer aos 11 anos, também ele um prodígio e notavelmente talentoso em várias artes.
Scriabin interessava-se pelos trabalhos de Nietzsche e pela teosofia, claras influências no seu pensamento musical, revelando-se um especial admirador de filósofos como Delville e Hélène Blavatsky.
Scriabin foi grande amigo do Conde Lisounenko (Лисуненко), quem o introduziu no mundo do misticismo. De onde surgiram as idéias de cores, luzes e do átomo que abalaria a Terra, talvez uma premonição da bomba atômica, segundo estudiosos.
Algum tempo antes de morrer planejou um mega-projecto a que chamou “Misteria”, um trabalho multimédia a ser apresentado nos Himalaias que desencadearia o Armagedom, uma «grandiosa síntese religiosa de todas as artes que faria nascer um novo mundo»

Um abraço e até!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Intervenções e Hipocrisias

Olá!

Recebo o mailling-list do Diplo/Outras palavras e apenas uma vez me decepcionei, não é este o caso. Noam Chomsky - linguísta, Filósofo e Ativista Político Norteamericano - faz uma analise perfeita da situação da Líbia e da expanssão estadudinense rumo ao controle mundial. Ao menos é o que o governo por lá quer. Obama, na opinião deste que voz escreve é um mero marionete nas mãos dos verdadeiros imperialistas, que são aqueles que estão atraz das cortinas manipulando até o próprio governo americano. vamos então as palavras de Noam Chomsky em entrevista a Stephen Shallon e Michael Albert, noZnet, a tradução foi de  Daniela Frabasile.


Quais são os propósitos mais amplos dos EUA nas relações internacionais, no mundo árabe e na Líbia?
Uma maneira útil de abordar a questão é perguntar quais não são os motivos dos EUA. Existem alguns meios bons de descobrir. Um deles é ler a literatura específica de relações internacionais: nela descreve-se as políticas como aquilo que não são. É um tema interessante, mas não vou me aprofundar sobre ele.
Outro método, muito relevante agora, é ouvir líderes políticos e comentaristas. Suponha que eles digam que o motivo de uma ação militar é humanitário. No discurso, isso não traz nenhuma informação: praticamente todas as ações de força são justificadas nesses termos. Mesmo pelos piores monstros – que até devem, irrelevantemente, convencer a si mesmos de que dizem a verdade. Hitler, por exemplo, pode ter acreditado que estava tomando partes da Tchecoslováquia para acabar com o conflito étnico e propiciar às pessoas os benefícios de uma civilização avançada. Ou de que invadiu a Polônia para acabar com o “terror selvagem” dos polacos. Os fascistas japoneses na China provavelmente acreditavam que estavam altruisticamente trabalhando para criar um “paraíso terrestre” e proteger as pessoas que sofriam com os “bandidos chineses”. Até mesmo Obama pode ter acreditado no que disse em seu discurso de 28 de março sobre os motivos humanitários para a intervenção na Líbia. O mesmo se passa com os comentaristas.
Entretanto, existe um teste simples para determinar se as declarações de intenção nobre podem ser levadas a sério. Os autores deste discurso convocam intervenções humanitárias para proteger as vítimas de seus próprios crimes – ou de seus clientes? Obama, por exemplo, pediu uma zona de exclusão aérea durante a invasão assassina e destrutiva de Israel – apoiada pelos EUA – no Líbano, em 2006? Ou ele se vangloriou orgulhosamente, durante sua campanha presidencial, de ter defendido uma resolução do Senado norte-americano apoiando a invasão, e pedindo condenação do Irã e da Síria por impedi-la? Assunto encerrado. Na realidade, quase toda a literatura, escrita e falada, de intervenção humanitária e direito de proteção desaparece com esse teste simples e apropriado.
Os motivos reais, porém, são raramente discutidos. Para desenterrá-los, é preciso observar registros documentais e históricos.
Afinal, quais são os motivos dos EUA? De uma maneira muito geral, as evidências parecem apontar que eles não mudaram muito desde os estudos de estratégia de alto nível realizados durante a Segunda Guerra Mundial. Os estrategistas tomaram como certo que os EUA emergiriam da guerra em uma posição extremamente dominante, e propuseram a criação de uma Grande Área, na qual os EUA manteriam um “poder inquestionável”, com “supremacia econômica e militar”, assegurando a “limitação de qualquer exercício de soberania” por Estados que poderiam interferir nos desígnios norte-americanos.
A Grande Área incluiria o hemisfério ocidental, o extremo oriente, o império britânico (que incluía as reservas energéticas do Oriente Médio), e tanto da Eurásia quanto possível – pelo menos, os centros industriais e comerciais da Europa Ocidental. Os registros documentais deixam muito claro que “o presidente Roosevelt visava a hegemonia estadunidense no pós guerra”, para citar a frase precisa do respeitado historiador britânico Geoffrey Warner. E, mais significante, os planos traçados cuidadosamente durante a guerra foram implementados com rapidez, como lemos nos documentos desclassificados dos anos seguintes, e observamos as ações. As circunstâncias mudaram, e as táticas foram adaptadas, mas os princípios básicos foram mantidos.
Considerando o Oriente Médio – a “região mais importante estrategicamente no mundo”, nas palavras de Eisenhower – a preocupação básica tem sido as incomparáveis reservas energéticas. O controle delas iria render “substancial controle do mundo”, como observado pelo influente assessor liberal, A. A. Berle. Essa preocupação raramente está distanciada do cenário das relações na região.
No Iraque, por exemplo, como as dimensões da derrota dos EUA não podiam mais ser escondidas, a retórica floreada foi trocada pelo anúncio honesto de metas políticas. Em novembro de 2007, a Casa Branca emitiu uma Declaração de Princípios, insistindo que o Iraque deveria conceder ao exército estadunidense acesso por tempo indeterminado, e deveria privilegiar investidores americanos. Dois meses depois, o presidente informou ao Congresso que iria ignorar a legislação que limitava o estabelecimento permanente das forças armadas norte-americanas – ou não seria possível estabelecer “o controle das reservas de petróleo do Iraque pelos EUA”. Assim como os objetivos anteriores, esta pretensão teria que ser abandonada logo em seguida, frente à resistência iraquiana.
Embora o controle sobre o petróleo não seja o único fator na política do Oriente Médio, ele oferece uma boa pista. Em um país rico em reservas petrolíficas, um ditador de confiança é mantido, virtualmente, com rédeas livres. Nas últimas semanas, por exemplo, não houve reação quando a ditadura saudita usou a força a fim de prevenir qualquer sinal de protesto. O mesmo se deu no Kuwait, quando pequenas manifestações foram instantaneamente esmagadas. E no Bahrain, quando forças lideradas pela Arábia Saudita intervieram para proteger a minoria sunita dos pedidos de reformas por parte da maioria xiita. As forças do governo não só destruíram as tendas levantadas na Praça da Pérola – a versão da praça Tahrir no Bahrain – mas também demoliram a estátua da pérola, um símbolo nacional que tinha sido tomado pelos manifestantes.
O Bahrein é particularmente sensível por acolher a Quinta Frota dos EUA (a força militar mais forte da região) e pelo fato de que a porção oriental da Arábia Saudita, do outro lado da ponte, também possui maioria xiita, e abriga a maior parte das reservas de petróleo do país. Por um curioso acidente geográfico e histórico, as maiores concentrações de hidrocarbonetos do mundo cercam o Golfo Pérsico em regiões majoritariamente xiitas. A possibilidade de uma aliança entre os xiitas tem sido, por muito tempo, um pesadelo para os estrategistas.
Em Estados sem maiores reservas de hidrocarbonetos, as táticas variam. Tipicamente, mantém-se um padrão de estratégia quando um ditador favorecido está com problemas: apoiá-lo tanto quanto possível; e, quando isso não pode mais ser feito, fazer declarações de amor à democracia e aos direitos humanos. Então, tentar manter ao máximo as características do regime anterior.
O cenário é aborrecidamente familiar: Marcos, Duvalier, Chun, Ceasescu, Mobutu, Suharto, e muitos outros. E atualmente, Tunísia e Egito. A Síria é osso duro de roer e não há alternativa clara para uma ditadura que apoiaria os objetivos dos EUA. O Iêmen é um pântano onde intervenção direta provavelmente causaria problemas ainda maiores para Washington. Então as violências do Estado provocam apenas declarações piedosas.
A Líbia é um caso diferente, O país é rico em petróleo, e apesar do apoio extraordinário dado pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos, o ditador não é mais confiável. Eles prefeririam um cliente mais obediente. Além disso, o grande território líbio é praticamente inexplorado, e especialistas acreditam que podem haver reservas inexploradas, que um governo mais dependente pode abrir à exploração ocidental.
Assim que uma revolta não-violenta começou, Gaddafi esmagou-a brutalmente. Uma rebelião eclodiu e liberou Benghazi, a segunda maior cidade da Líbia. Parecia estar prestes a se mover para a fortaleza de Gaddafi no Oeste. As forças do ditador, no entanto, reverteram o curso do conflito e estavam às portas de Benghazi. Era provável que acontecesse uma chacina. Como o conselheiro de Obama para o Oriente Médio, Dennis Ross, apontou, “todos nos culpariam por isso”. Seria inaceitável, assim como uma vitória militar de Gaddafi que reforçasse seu poder e independência. Os Estados Unidos aderiram, então, à resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU, que estabeleceu uma zona de exclusão aérea, a ser implantada pela França, Reino Unido e EUA – sendo que os norte-americanos deveriam exercer apenas um papel de apoio.
Não houve esforços para que a ação se limitasse à instituição de uma zona de exclusão, ou mesmo para que se mantivesse nos limites mais amplos da Resolução 1973.
O triunvirato imediatamente interpretou a resolução como se autorizasse uma participação direta ao lado dos rebeldes. Um cessar-fogo foi imposto às forças de Gaddafi, mas não aos rebeldes. Pelo contrário, receberam apoio militar enquanto avançavam para oeste, assegurando logo os maiores recursos da produção de petróleo da Líbia.
A flagrante inobservância da Resolução 1973 da ONU, desde o começo, causou algumas dificuldades para a imprensa, pois tornou-se muito evidente para ser ignorado. No New York Times, por exemplo, Karim Fahim e David Kirkpatrick se perguntaram “como os aliados podem justificar ataques aéreos às forças do coronel Gaddafi ao redor de [seu centro tribal] Surt, se, como parece ser o caso, elas gozam de apoio generalizado na cidade e não representam ameaças aos civis”? Outra dificuldade técnica é que o Conselho de Segurança das Nações Unidas “pediu um embargo de armas que se aplica a todo o território da Líbia, o que significa que qualquer fornecimento de armas do exterior para a oposição teria que ser vetado”.
Alguns argumentam que o petróleo não pode ser um motivo, uma vez que as empresas ocidentais tinham acesso garantido ao prêmio, com Gaddafi. O argumento ignora as preocupações dos Estados Unidos. O mesmo poderia ser dito sobre o Iraque sob Saddam, ou Irã e Cuba por muitos anos, e até hoje. O que Washington busca é aquilo que Bush anunciou: controle, ou pelo menos clientes dependentes. Os documentos internacionais dos Estados Unidos e da Inglaterra enfatizam que “o vírus do nacionalismo” é seu maior medo – não apenas no Oriente Médio, mas em qualquer lugar. Regimes nacionalistas podem conduzir exercícios ilegítimos de soberania, violando os princípios da Grande Área. E eles podem buscar direcionar recursos para necessidades populares, como Nasser ameaçou algumas vezes.
Vale notar que os três impérios tradicionais – França, Reino Unido e Estados Unidos – estão tocando a operação quase isolados. Os dois maiores Estados na região – Turquia e Egito – provavelmente poderiam impor a zona de exclusão, mas no máximo oferecem um suporte sem grande entusiasmo à campanha militar do triunvirato. As ditaduras do Golfo ficariam felizes ao ver o ditador líbio desaparecer, mas apesar de carregadas de equipamento bélico avançado (fornecido pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, a fim de reciclar dólares do petróleo e assegurar obediência), eles não quiseram oferecer nada mais que uma participação simbólica (pelo Qatar).
Embora apoie a resolução 1973 do Conselho de Segurança, a África – com exceção de Ruanda, aliada dos Estados Unidos – se opõe, de modo geral, à interpretação adotada imediatamente pelo triunvirato. Em alguns casos, a oposição é firme. Para estudo das políticas dos Estados individuais, veja Charles Onyang-Obbo no jornal queniano The East African (http://allafrica.com/stories/201103280142.html).
Além da região, há pouco apoio. Como a Rússia e a China, o Brasil absteve-se na Resolução 1973, propondo como alternativa um cessar-fogo completo e diálogo. A Índia também se absteve, com o argumento de que as medidas propostas provavelmente “agravariam uma situação que já é muito complicada para o povo líbio”. Além disso, pediu medidas políticas em vez do uso da força. Até a Alemanha se absteve da resolução.
A Itália também estava relutante, presumivelmente em parte por causa da alta dependência dos contratos de petróleo com Gaddafi. Podemos nos lembrar, também, que o primeiro genocídio pós-I Guerra Mundial foi conduzido pela Itália, no leste da Líbia, agora liberado. Devem restar algumas memórias.
Um anti-intervencionista, que acredita na autodeterminação de nações e povos, pode legitimamente apoiar uma intervenção – seja pela ONU ou por países em particular?
Dois casos devem ser considerados: (1) intervenção da ONU e (2) intervenção sem autorização da ONU. A menos que acreditemos que os Estados são sacrossantos na forma que foram estabelecidos no mundo moderno (tipicamente por violência extrema), com direitos que ultrapassam todas as outras considerações imagináveis, então a resposta nos dois casos seria a mesma: sim, pelo menos em princípio. Eu não vejo razão em discutir essa crença, então vou desconsiderá-la.
Em relação ao primeiro caso, a Carta e as resoluções subsequentes outorgam ao Conselho de Segurança amplitude considerável de intervenção. Isso foi realizado, em relação à África do Sul, por exemplo. Isso não implica, é claro, que qualquer decisão do Conselho de Segurança deve ser aprovada por “um anti-intervencionista que acredita na autodeterminação”. Outras considerações dizem respeito a casos individuais, mas novamente, a não ser os Estados contemporâneos sejam vistos como entidades praticamente sagradas, o princípio é o mesmo.
Quanto ao segundo caso – que surge quando se observa a interpretação que o triunvirato deu à Resolução 1973, e a muitos outros exemplos – a resposta novamente é sim, pelo menos em princípio. A não ser que consideremos o sistema global como sacrossanto na forma estabelecida na Carta da ONU e em outros tratados.
Sempre existe, é claro, uma pesada carga de provas que deve ser satisfeita para justificar uma intervenção violenta, ou qualquer uso de força. A carga é particularmente alta no segundo caso, de intervenção sem apoio da ONU, pelo menos para Estados que declaram ser obedientes à lei. Devemos ter em mente, entretanto, que a hegemonia mundial rejeita essa postura, e ela é excluída das Cartas da ONU, da Organização de Estados Americanos (OEA) e de outros tratados internacionais. Ao aceitar a Corte Internacional de Justiça quando foi estabelecida (sob iniciativa dos Estados Unidos) em 1946, Washington declarou não aceitar acusações de violação de tratados internacionais. Mais tarde, ratificou a Convenção de Genocídios com ressalvas similares. Estas posições foram acolhidas pelos tribunais internacionais, visto que os processos exigem a aceitação da jurisdição. É comum que os Estados Unidos acrescentem ressalvas cruciais aos tratados internacionais que ratificam, para isentar-se, na prática, de cumpri-los.
O peso da prova pode ser cumprido? Há pouco sentido em uma discussão abstrata, mas existem alguns casos reais que cumprem os requisitos. No período após a II Guerra Mundial, houve dois casos (embora não se qualifiquem como intervenção humanitária) em que o recurso à força pode ser apoiadas legitimamente: a invasão do leste do Paquistão pela Índia, em 1971, e a invasão do Camboja pelo Vietnã, em dezembro de 1978. Ambas intervenções acabaram com atrocidades maciças.
Esses exemplos, contudo, não se enquadram na definição ocidental de “intervenção humanitária” porque tiveram agente errado: não foram praticados pelo Ocidente… Além disso, os Estados Unidos opuseram-se amargamente e puniram com dureza os países que interromperam o massacre na atual Bangladesh e derrotaram Pol Pot no Camboja, no momento em que suas atrocidades atingiram o ápice. O Vietnã foi não apenas condenado, mas também foi punido com uma invasão chinesa defendida pelos Estados Unidos, e pelo apoio diplomático aos ataques do Khmer Vermelho ao Camboja pós-Pol Pot, a partir da Tailândia.
Embora o ônus de prova tenha sido cumprido nesses casos, não é fácil pensar em outros. Na intervenção do triunvirato imperial que está violando a Resolução 1973 na Líbia, o ônus é particularmente pesado, dados os terríveis históricos. Contudo, seria exagerado dizer uma intervenção justificada é impossível – a não ser que, claro, consideremos santos os Estados em sua configuração atual. Prevenir um provável massacre em Benghazi não é uma questão pequena, qualquer que sejam os motivos.
Alguém preocupado em evitar o massacre dos dissidentes de um país pode opor-se legitimamente a uma intervenção voltada a evitar tal tragédia?
Não vejo como responder em tal nível de abstração: depende das circunstâncias. Pode-se opor à intervenção se, por exemplo, ela levará provavelmente a um massacre muito pior. Imagine que líderes dos Estados Unidos, genuína e honestamente, planejassem evitar o massacre da Hungria, em 1956, bombardeando Moscou. Ou que o Kremlin, genuína e honestamente, desejasse evitar o massacre de El Salvador, em 1980, bombardeando os Estados Unidos. Dadas as consequências previsíveis, nós concordaríamos que seria legítimo opor-se àquelas (inconcebíveis) ações.
Muitas pessoas veem uma analogia entre a intervenção de Kosovo, em 1999, e a atual intervenção da Líbia. Você pode explicar as similaridades importantes e as diferenças entre as duas?
Realmente, muitas pessoas veem essa analogia, uma sinal de força do incrível poder do sistema de propaganda ocidental. O contexto para a intervenção de Kosovo foi extraordinariamente bem documentado. Incluindo duas compilações do departamento de Estado detalhadas, extensos registros in loco feitas por monitores da Missão de Verificação do Kosovo, ricas fontes da OTAN e da ONU, um inquérito do parlamento britânico, e muito mais. Os registros e estudos correspondem muito estreitamente aos fatos.
Em resumo, não tinha havido mudança substancial no cenário nos meses anteriores ao bombardeio. Embora tanto as forças sérvias quanto o Exército de Libertação do Kosovo (que atuava a partir da Albânia) cometessem atrocidades, as principais foram praticadas por este último, pelo menos segundo as altas autoridades britânicas (a Inglaterra foi o membro mais belicoso da aliança). As maiores atrocidades em Kosovo não foram a causa do bombardeio da OTAN na Sérvia, mas sim sua consequência, e uma consequência fartamente antecipada. O comandante da OTAN, General Wesley Clark, informou a Casa Branca, semanas antes do ataque, que ele geraria uma resposta brutal pelas forças sérvias. Assim que o bombardeio começou, disse à imprensa que aquela resposta era “previsível”.
Os primeiros registros, pela ONU, da existência de refugiados fora de Kosovo foram feitos bem depois que o bombardeio começou. As acusações a Milosevic durante o bombardeio, fortemente baseadas nos serviços de inteligência britânico e estadunidense, limitavam-se a crimes cometidos após os bombardeios, com uma exceção, que sabemos que não poderia ser levada a sério pelos líderes americanos e britânicos, que, ao mesmo tempo, apoiavam ativamente crimes muito piores. Além disso, havia uma boa razão para acreditar que uma solução diplomática poderia ter sido alcançada: na realidade, a resolução da ONU após 78 dias de bombardeios foi muito mais um compromisso entre as posições da Sérvia e da OTAN.
Tudo isso, incluindo as impecáveis fontes ocidentais, é revisto em algum detalhe no meu livro Uma nova geração define o limite [No Brasil, lançado pela Editora Record; disponível em parte no Google Books]. Confirmações de informações vêm sendo feitas desde então. Assim, Diana Johnstone relata a carta enviada à chanceler alemã Angela Merkel, em 26 de outubro de 2007, por Dietmar Hartwing, que tinha sido líder da missão europeia em Kosovo antes de esta ser reformulada em 20 de março, quando o bombardeio foi anunciado, e estava posição muito boa para saber o que estava acontecendo. Ele escreveu:
“Nem um único relatório apresentado entre o final de novembro de 1998 e a evacuação na véspera da guerra mencionava que os sérvios tinham cometido crimes maiores ou sistemáticos contra os albaneses. Não havia um único caso que se referisse a um genocídio ou a incidentes ou crimes que sugerissem um genocídio. Exatamente o contrário: em meus relatórios, eu repetidamente informei que, considerando a crescente frequência dos ataques do Exército de Libertação do Kosovo contra sérvios, a aplicação das leis revelava contenção e disciplina notáveis. O objetivo clara e frequentemente citado pelo governo sérvio era observar o tratado entre Milosevic e Holbrooke [de outubro de 1998], para que oferecer qualquer pretexto à intervenção da comunidade internacional. (….) houve enormes ‘discrepâncias de percepção’ entre o que as missões em Kosovo estavam reportando aos respectivos governos e capitais e o que mais tarde foi liberado para a mídia e para o público. Essa discrepância só pode ser vista como acúmulo para uma preparação a longo prazo para guerra contra a Iugoslávia. Até o momento em que eu deixei Kosovo, nunca tinha acontecido o que a mídia, e também os políticos, estavam incansavelmente alegando. Consequentemente, até 20 de março de 1999, não havia razão para intervenção militar, o que torna ilegítimas as medidas empreendidas pela comunidade internacional. O comportamento coletivo dos membros da União Europeia, antes e depois que a guerra eclodiu, levanta sérias preocupações, porque a verdade foi morta, e a União Europeia perdeu credibilidade”.
História não é física quântica, e sempre há um grande espaço para dúvidas. Mas é raro que conclusões sejam tão firmemente apoiadas quanto nesse caso. De maneira muito reveladora, isso é totalmente irrelevante. Prevalece é doutrina de que a OTAN interveio para interromper uma limpeza étnica – ainda que adeptos do bombardeio ao menos enxergam as ricas evidências factuais defendam sua posição afirmando que os bombardeios eram necessários para interromper potenciais atrocidades. Deveríamos, portanto, provocar atrocidades em larga escala para impedir atrocidades que poderiam ocorrer se não houvesse bombardeios. E existem justificativas ainda mais chocantes.
As razões para essa virtual unanimidade e paixão são bastante claras. O bombardeio veio após uma orgia de autoglorificação e demonstração de poder que teria impressionado Kim il-Sung. Eu revi isso em outro lugar, e esse memorável momento da história intelectual não deve permanecer no esquecimento a que foi relegado. Após essa encenação, era simplesmene necessário um desfecho glorioso. A nobre intervenção de Kosovo forneceu isso, e a ficção deve ser zelosamente guardada.
Voltando à questão, existe uma analogia entre as teatralizações interesseiras no Kosovo e Líbia. Ambas intervenções foram animadas por uma intenção nobre em versões ficcionais. O inaceitável mundo real sugere analogias um tanto diferentes.
Muitas pessoas também veem uma analogia entre a intervenção em curso no Iraque e a atual intervenção na Líbia. Também nesse caso, você pode explicar as similaridades e as diferenças?
Eu também não vejo aqui uma analogia importante, exceto que dois Estados estão envolvidos em ambos. No caso do Iraque, os objetivos eram aqueles que foram finalmente admitidos. No caso da Líbia, é provável que o objetivo seja similar em pelo menos um aspecto: a esperança de que um regime confiável irá seguramente apoiar os objetivos ocidentais e permitir que investidores ocidentais tenham acesso ao rico petróleo da Líbia – o que, como observado, pode ir muito além do que é atualmente conhecido.
O que você espera que aconteça na Líbia nas próximas semanas? Quais deveriam ser os objetivos de um movimento anti-intervencionista e anti-guerra nos Estados Unidos?
É incerto, claro, mas as perspectivas prováves hoje [29 de março] são ou uma divisão da Líbia em duas regiões. Uma, rica em petróleo e altamente dependente das forças imperialistas ocidentais; outra, a oeste, empobrecida e sob o controle de um tirano brutal com capacidade declinante, ou a vitória das forças apoiadas pelo ocidente.
Em qualquer um dos casos, e provavelmente assim espera o triunvirato, um regime menos problemático e mais dependente assumirá. O resultado provável é descrito muito precisamente pelo jornal árabe com base em Londres alQuds al-Arabi (28 de março). Embora reconheça a incerteza da previsão, ele antecipa que a intervenção deve deixar a Líbia com “dois estados, um mantido pelos rebeldes e rico em petróleo no leste, e um indigente, liderado por Gaddafi no oeste… Dado que os poços de petróleo foram garantidos, podemos nos encontrar frente a um novo emirado líbio rico em petróleo, esparsamente habitado, protegido pelo Ocidente e muito similar aos outros emirados do Golfo”. Ou uma rebelião apoiada pelo ocidente pode ir até o fim e eliminar o ditador.
Aqueles que se preocupam com a paz, justiça, liberdade e democracia deveriam tentar encontrar maneiras de dar apoio e assistência aos líbios que procuram desenhar seu próprio futuro, livre de restrições impostas por poderes externos. Nós podemos ter esperança sobre as direções que eles devem buscar, mas o futuro deve ser deixado em suas mãos.


Um abraço e até!

sábado, 9 de abril de 2011

A Biblioteca de Alexandria

Olá! 

Desde os primórdios da humanidade, histórias são passadas de geração em geração,  mitos, leis, artes. Tudo de forma oral. Com o advento da escrita, houve necessidade de se guardar os escritos,  livros por assim dizer,  em lugares específicos.  A estes lugares denominou-se biblioteca – ou coleção de livros.
A primeira biblioteca que se tem notícia é a do Faraó Ramsés Segundo, do Egito. Outra biblioteca importante da antiguidade foi a de Nínive, organizada entre 669 e 629 a. C., por Assurbanipal, na Assíria. A primeira biblioteca pública grega foi fundada em 571 a.C., por Psístrato. Porém, as mais significativas pertenciam sobretudo a filósofos e teatrólogos.  A de Pérgamo  tinha cerca de duzentos mil volumes e foi incorporada a de Alexandria por Marco Antonio.  A mais famosa é a de Alexandria, formada no século terceiro a.C.,  tinha cerca de setecentos mil volumes, foi vítima de três incêndios, um deles definitivo.
A Biblioteca de Alexandria, fundada por Ptolomeu Sóter, foi inicialmente organizada por Demétrius  Phalereus a partir das experiência realizada, anteriormente na biblioteca de Atenas. Ali se reuniram  filósofos,  matemáticos,  pesquisadores de diversas áreas e tradutores, todos assalariados. Do total das obras ali catalogadas estavam obras poéticas, literárias e científicas. Grande parte destas obras foram traduzidas para o grego de originais de diversas línguas do mediterrâneo, oriente médio e Índia
A instituição da antiga biblioteca de Alexandria tinha como o principal objetivo preservar e divulgar a cultura nacional. Continha livros que foram levados de Atenas. Ela se tornou um grande centro de comércio e fabricação de papiros. De facto, existiram duas grandes Bibliotecas de Alexandria. A Biblioteca Mãe e a Filha. De início a Filha era usada apenas como complemento da primeira, mas com o incêndio acidental (por Júlio César), no século I, da Biblioteca Mãe, a Filha ganhou uma nova importância (ficando quase 400 anos a acumular livros, esta talvez tenha ficado maior que a Biblioteca Mãe). Estima-se que a Biblioteca Filha tenha armazenado mais de 400.000 rolos de papiro, podendo ter chegado a 1.000.000. A Biblioteca de Alexandria (tanto a Mãe como a Filha) eram os maiores centros de conhecimento do planeta, na altura, albergando um saber sem igual. Vinham sábios de todo o mundo para Alexandria e debatiam os mais variados temas. Este clima de tolerância para com as outras culturas não voltaria a ser visto durante mais de 1500 anos. Durante o reinado do imperador Teodósio, e por ordem deste, a Biblioteca  foi invadida e completamente destruída pelos parabolamos cristãos juntamente com um enorme templo a Serápis.
Grandes nomes da Alexandria de outrora passaram pela biblioteca, nomes como: Euclides, matemático do século quarto a.C.. O pai da geometria e o pioneiro no estudo da ótica Sua obra Os Elementos foi usada como padrão da geometria até o século XIX. Aristarco de Samos, astronomo do século III a.C.. O primeiro a presumir que os planetas giram em torno do sol. Usou a trigonometria na tentativa de calcular a distância do Sol e da lua, e o tamanho deles. Arquimedes, matemático e inventor do século III a.C.. Realizou diversas descobertas e fez os primeiros esforços científicos para determinar o valor do pi (π). Calímaco (305-204 a.C.), poeta e bibliotecário  grego, compilou o primeiro catálogo da Biblioteca de Alexandria, um marco na história do controle bibliográfico, o que possibilitou a criação da relação oficial (cânon) da literatura grega clássica. Seu catálogo ocupava 120 rolos de papiro. Eratóstes, polímata (conhecedor de muitas ciências) e um dos primeiros bibliotecários de Alexandria, do terceiro século a.C.. Calculou a circunferência da Terra com razoável exatidão. Galeno, médico do século dois d. C.. Seus 15 livros sobre a ciência da medicina tornaram-se padrão por mais de 12 séculos. Herófilo,  médico, considerado o fundador do método científico, o primeiro a sugerir que a inteligência e as emoções faziam parte do cérebro e não do coração. Hipátia,  astrônoma, matemática e filósofa do século terceiro d. C., uma das maiores matemáticas, diretora da Biblioteca de Alexandria; por ser pagã, foi assassinada durante um motim de cristãos. Ptolomeu, astronomo do século segundo  d.C.. Os escritos geográficos e astronômicos eram aceitos como padrão. Téon de Alexandria foi Professor e último diretor da Biblioteca de Alexandria, Pai de Hipátia.
Hipátia creceu em um ambiente cercado de cultura sendo guiada por seu pai nos estudos da Matemática e Filosofia. Ele acreditava no ideal grego da “mente sã em um corpo sadio” (“men sana in corpore sano”) estimulando a filha a exercitar tanto a mente como o corpo, contam as lendas que ele desejava torna-la “um ser perfeito”. Ainda jovem viajou a Atenas para complementar seus estudos. Era conhecida na Grécia como “A Filósofa”, já demonstrando cedo sua profunda sabedoria. Sócrates Escolástico relata:
“Havia em Alexandria uma mulher chamada Hipátia, filha do filósofo Theon, que fez tantas realizações em literatura e ciência que ultrapassou todos os filósofos de seu tempo. Tendo progredido na escola de Platão e Plotino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe para receber seus ensinamentos.”
Ainda em Atenas tornou-se discípula de Plutarco e professava ensinamentos Neoplatônicos. Ao retornar a sua pátria, foi convidada para assumir uma cadeira na Academia de Alexandria como professora. Por volta dos 30 anos, tornou-se diretora da Academia. Seus conhecimentos abrangiam a Filosofia, a Matemática, Astronomia, Religião, poesia e artes. Era versada em oratória e retórica. Escreveu diversos livros e tratados sobre álgebra e aritmética. Seu interesse por mecânica e tecnologia a levaram a conceber instrumentos utilizados na Física e na Astronomia, como o astrolábio plano, o planisfério e um hidrômetro. Infelizmente suas obras foram perdidas durante o incêndio que destruiu a Biblioteca de Alexandria. Tudo o que chegou-nos vem através de suas correspondências. Um de seus alunos Hesíquio o hebreu, escreveu:
“Vestida com o manto dos filósofos, abrindo caminho no meio da cidade, explicava publicamente os escritos de Platão e de Aristóteles, ou de qualquer filósofo a todos os que a quisessem ouvi-la… Os magistrados costumavam consulta-la em primeiro lugar para administração dos assuntos da cidade”.
A defesa fervorosa, de Hipátia,  ao livre pensamento, seus ensinamentos Neoplatônicos, sua observação de que o universo era regido pela leis da matemática a caracterizaram como herege em um momento onde o Cristianismo triunfava sobre o Paganismo. Enquanto Orestes, um ex-aluno, fora prefeito da cidade, sua vida estivera protegida. Mas quando Cirilo tornou-se bispo de Alexandria, determinado a destruir todo o movimento pagão, sua morte foi anunciada. Em uma tarde de 415 D.C. retornando a sua casa, Hipátia foi abordada por uma turba de cristãos furiosos que a arrancaram de sua carruagem, arrastaram-na para uma igreja e lá rasgaram-lhe as roupas deixando-a completamente nua e assim puseram-se a retalhar seu corpo esfolando-lhe a carne de seus ossos utilizando para isso cascas de ostras afiadas. Por fim desmembraram-lhe o corpo e os atiraram as chamas.
Morria com ela toda uma era de liberdade e florescimento filosófico e cultural em Alexandria e certamente para todos que viviam sobre a espada afiada da nova religião.
Carl Sagan escreveu em seu livro Cosmos:
“Há cerca de 2000 anos, emergiu uma civilização científica esplêndida na nossa história, e sua base era em Alexandria. Apesar das grandes chances de florescer, ela decaiu. Sua última cientista foi uma mulher, considerada pagã. Seu nome era Hipátia. Com uma sociedade conservadora a respeito do trabalho da mulher e do seu papel, com o aumento progressivo do poder da Igreja, formadora de opiniões e conservadora quanto à ciências, e devido a Alexandria estar sob o domínio romano, após o assassinato de Hipátia, em 415, essa biblioteca foi destruída. Milhares dos preciosos documentos dessa biblioteca foram em grande parte queimados e perdidos para sempre, e com ela todo o progresso científico e filosófico da época.”
Hipátia nutriu toda uma época com a luz do conhecimento e do saber. Calaram-lhe a voz e empurraram sua lembrança para as profundezas do esquecimento. Mas, dois milênios não foram suficientes para apagá-la da memória de todos os famintos pela verdade. Hipátia retorna para aqueles que buscam por seus ensinamentos. Há dois filmes que versam sobre a vida de Hipátia: “Ágora”,  e “Alexandria” ambos  do  diretor Alejandro Amenábar . É possível também ter informações sobre a filósofa na internet nos sítios da Wikipedia, no Portal maçônico e no curioso “Teoria da Conspiração”, e, claro, para os que não dispensam uma enciclopédia podem consultar a Larousse Cultural.
 A morte de Hipátia pode ser considerado o fim da tradição de Alexandria como centro de saber. A grande Biblioteca de Alexandria seria destruída e muito pouco do que foi aquele grande centro de saber sobreviveria até os dias de hoje. Todos os que tinham sede de sabedoria voltaram-se para outros polos de conhecimento como a Índia.
Hoje a Nova Biblioteca de Alexandria são uma grande biblioteca e um centro cultural localizados na costa do Mar Mediterrâneo  na cidade de Alexandria, Egito. É simultaneamente uma comemoração da Biblioteca de Alexandria, que foi perdida na antiguidade, e uma tentativa de reavivar um pouco do brilho que este centro de estudos e erudição representou em anos anteriores.
 A idéia de reviver a antiga biblioteca remonta a 1974, quando uma comissão criada pela Universidade de Alexandria  selecionou um lote de terra para a sua nova biblioteca, entre o campus e à beira-mar, perto de onde a antiga biblioteca estivera. A idéia de recriar a antiga biblioteca logo foi entusiasticamente adoptada por outros indivíduos e agências. Um dos principais apoiantes do projecto foi o ex-presidente egípcio, Hosni Mubarak ; UNESCO também foi rápido para abraçar o conceito de dotar a região mediterrânica, com um centro de excelência científica e cultural. Um projeto de arquitectura , organizado pela UNESCO em 1988, para escolher um design digno do site e do seu património, foi ganha pelo Snøhetta , um norueguês escritório de arquitectura, de entre mais de 1.400 entradas. Em uma conferência realizada em 1990 em Aswan , as promessas do primeiro financiamento para o projeto foram feitas: USD $ 65 milhões, principalmente a partir do árabe estados. Os trabalhos de construção começaram em 1995 e, depois de cerca de US $ 220,000 mil dólares foram gastos, o complexo foi inaugurado oficialmente em 16 de outubro de 2002. 
A Bibliotheca Alexandrina é trilingue, contendo livros em árabe , Inglês e Francês . Em 2010, a biblioteca recebeu uma generosa doação de 500 mil livros da Biblioteca Nacional da França, da Bibliothèque Nationale de France. A doação faz a Bibliotheca Alexandrina o sexto maior acervo em  biblioteca do mundo.  Ela é agora o maior acervo de língua francesa no mundo árabe, superando a Tunísia, Argélia e Marrocos, além de ser a principal bliblioteca francesa da Ásia e da África.
As dimensões do projeto são vastas: a biblioteca tem espaço nas prateleiras para oito milhões de livros, com a sala de leitura principal que cobre 70.000 metros quadrados  em onze níveis em cascata. O complexo também abriga um centro de conferências, bibliotecas especializadas para os mapas, multimídia, para deficientes visuais, para os jovens e para crianças, quatro museus , quatro galerias de arte para exposições temporárias, 15 exposições permanentes, um planetário e um manuscrito de restauração de laboratório . A arquitetura da biblioteca é igualmente impressionante. A sala de leitura principal fica abaixo de 32 metros de altura de vidro com painéis de telhado , inclinado em direção ao mar como um relógio , medindo cerca de 160 metros de diâmetro. As paredes são de granito , esculpida com personagens humanos a partir de 120 diferentes moldes.
Com essa descrição, amigos, terminamos de comentar a história desta famosa biblioteca e de seus personagens. 

Um abraço e até!