sexta-feira, 4 de março de 2011

Olá!

Todo carnaval é a mesma ladainha. Putaria geral pela cidade, drogas mais do que o normal do dia-a-dia. Não sou puritano, nem gay, mas é muita mulher, quase pelada, mais do que o normal em todo verão carioca. Tudo é normal, normal?!?! É por esses momentos e outros, das mulheres que gringo chega em nosso território e acredita que toda mulher é fácil (all women are horn). em homenagem a essa normalidade posto aqui o Soneto Anal, de Bocage e Mimosa Boca Errante, de Carlos Drumond de Andrade.


Soneto Anal




“Ora deixe-me, então… faz-se criança?
Olhe que eu grito, pela mãe chamando!”
Pois grite (então lhe digo, amarrotando
Saiote, que em baixá-lo irada cansa):



Na quente luta lhe desgrenho a trança
A anágua lhe levanto, e fumegando,
As estreitadas bimbas separando
Lhe arrimo o caralhão, que não se amansa:
Tanto a ser gíria, não gritava a bela:


Que a cada grito se escorvava a porra,
Fazendo-lhe do cu saltante pela!



— Há de pagar-me as mangações de borra,
Basta de cono, ponha o sesso à vela,
Que nele ir quero visitar Gomorra.



Mimosa Boca Errante





Mimosa Boca errante
à superfície até achar o ponto
em que apraz colher o fruto em fogo
que não será comido mas fruído


até se lhe esgotar o sumo cálido
e ele deixar-te, ou o deixares, flácido,
mas rorejando a baba de delícias
que o fruto a boca se premitem, dádiva.


Boca mimosa e sábia,
impaciente de sugar e clausurar
inteiro, em ti, o talo rígido
mas varado de gozo ao confinar-se


no limitado espaço que ofereces
a seu volume e jato apaixonados,
como podes tornar-te, assim aberta,
recurvo céu infindo e sepultura?


Mimosa boca santa,
que devagar vais desfolhando a líquida
espuma do prazer em rito mudo,
lenta-lembente-lambilusamente


ligada à forma ereta qual se fossem
a boca o próprio fruto, e o fruto a boca,
oh chega, chega a beber-me,
de matar-te, e, na morte, de viver-me.
Já sei a eternidade: é puro orgasmo.


Um abraço e até depois do carnaval!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poste aqui seus comentários e suas críticas. Nós agradecemos.