Uma outra vertente das minhas pesquisas me leva aos países nórdicos. Aqui já falamos sobre os sons que vem da Finlândia. Hoje é a vez da Estônia. A Estônia como país tem uma história recente - data da metade do século XIX. Mas a região é povoada de longa data. Até o século XIII não passava de inúmeras tribos, que nessa época começavam a se cristianizar. Mais tarde sofreu com o Domínio dos Dinamarqueses, das Ordens Católicas, dos Suecos, Dos Alemães e dos Russos.
A ocupação humana na Estônia remete há 11.000 anos, data da primeira colônia, chamada de Pulli. Não se sabe ao certo qual etnia desses primeiros habitantes. mas no entanto foi nesta área (na Estônia) que se verifica a existência dos primeiros povos sedentários da Europa. Eles vieram pelo golfo da Finlândia quando ainda existia uma ligação por terra entre os dois territórios. Os estonianos, desta forma, fazem parte do grupo dos povos fínicos (ou seja de etnia finlandesa). Foram achados equipamentos de pesca e caça, pertencentes a uma comunidade sedentária, datada de 6.500a.C. Na Idade do Bronze e do Ferro, com o sedentarismo, houve um grande crescimento cultural e econômico, com o cultivo de alimentos. Com o aumento da população surgiram os problemas de território com outros povos, como as tribos bálticas do sul e as guerras contra a Escandinávia. Com isso, as tribos estonianas desenvolveram técnicas de navegação que em nada deviam às da Suécia ou da Noruega, e até chegaram a conquistar, com seus piratas, a vila sueca de Sigtuna, em 1187. o Papa celestino II, em 1208 incumbe Livonianos e letões, recém cristianizados a realizarem uma cruzada ao norte da Alemanha ( ou seja, na futura Estônia, então dominada pelos alemães). Os estonianos resistem até 1217, mas com a morte do líder local, Lembitu.
Imagem de Lembitu No início do século XIII |
Em 1219, liderados pelo Rei Valdemar II, os dinamarqueses conquistaram o norte da Estônia, ganhando a batalha de Lyndanisse (atual Tallinn), a mando do Papa. Em 1227, quando a ordem cristã dos Livonianos finalmente derrotou a última tribo estoniana, o território foi divido entre o Bispado de Ösel-Wiek, o Bispado de Dorpat e a Ordem Livoniana, salvaguardando o Arcebispado de Riga. no final do século XIII, o poder dos dinamarqueses começa a diminuir. Em 1343, chamada de Revolta
da Noite de São Jorge. Eles renunciaram ao cristianismo imposto a eles, mataram todos os habitantes com descendência germânica (em torno de 1.800) e dominaram os territórios. Depois de dois anos de rebeliões e guerra entre a Ordem Teutônica, dinamarqueses e os estonianos, a termina com a morte do último “rei” em Ösel, em 1346. Logo após, os territórios do norte foram vendidos à Ordem Teutônica por 10.000 marcos. A decadência da Ordem teutônica (1410) prejudicou a influência católica na região. Os estonianos aderem a reforma e se aliam aos suecos e ao Luteranismo.
Com o enfraquecimento do poder dos Teutônicos, o recém constituído Império Russo invade a Livônia. Dinamarca, Suécia e polônia não aprovaram a invasão Russa e inicia-se nova guerra. Em 1559:os suecos dominaram a região norte, os poloneses a região sul e os dinamarqueses
as ilhas do Bispado de Ösel-Wiek. Com a Guerra Nórdica dos Sete Anos (1563-1570) consolidou-se o domínio sueco na região, derrotando os russos em Narva, e conquistadas em 1629 as terras da Livônia, até então controladas pelos poloneses. Foi nessa época que surgiram as primeiras escolas nas vilas estonianas, que eram capazes de ensinarem o povo a ler alguns ensinamentos religiosos. Foi
aberta também, pelo Rei Gustavo II, em Tartu, a primeira universidade na Estônia. Anos depois, após a Guerra dos 30 anos, mestres alemães vieram à academia de Tallinn ministrar aulas como nas
Tallinn, em 1905. |
na Estônia. Depois de um tempo os suecos fazem uma reforma nas terras dos nobres estonianos gerando descontentamento e com isso permitindo novas invasões na Estônia. dessa vez, dinamarqueses, poloneses, russos e saxões guerream contra os suecos. Os russos derrotam as tropas suecas, dominam a cidade de Tallinn, conquistando a Estônia e a Livônia - algo que era ideal russo desde Ivan IV.
Durante o século XVIII, a criação das universidades na Estônia propiciou um forte crescimento cultural da população, com a maior utilização do idioma próprio (o estoniano) e de valorização da cultura estoniana. Foi a primeira vez que os estonianos se viram como um povo e os intelectuais buscavam a criação de uma nação. Aproveitando a inevitável queda do Império Russo, e já descontente com algumas medidas do império, se revoltaram em conjunto com a Revolução de 1905 e foram fortemente reprimidos pelo exército russo. Mas esse foi o primeiro passo real para a independência que seria alcançada após a Revolução de 1917, que daria pela primeira vez uma terra independente aos estonianos, a República da Estônia.
Durante os primeiros 22 anos de independência (1918-1940), a Estônia passou por uma conturbada vida política com dissolução de partidos e o primeiro presidente sendo eleito apenas em 1938. Mas no aspecto cultural, foi um período muito forte, com a criação de muitas escolas que lecionavam em estoniano e a garantia da autonomia cultural das minorias, única em todo o leste europeu. Mas devido a essa política de neutralidade, a Estônia foi alvo da ocupação durante a Segunda Guerra
Bandeira da Estônia |
Um abraço e até!
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