"Vivo em minha própria casa
jamais imitei algo de alguém
e sempre ri de todos os mestres
que nunca se riram de si também."
Idade Média...
Humberto Eco...
Hipertexto...
Friedrich Nietzche...
Richard Strauss...
Poesia...
"Desde que me cansei de procurar,
aprendi a encontrar,
desde que o vento me opõe resistência,
velejo com todos os ventos."
O que tudo isso tem em comum?



A vida cultural foi dominada na filosofia pela Escolástica (que reunia fé e razão), pela fundação das primeiras universidades, Tomás de Aquino publica suas obras, Giotto aparece na pintura, Dante e Chaucer na Literatura, Marco Pólo realiza suas viagens e na arquitetura as catedrais góticas são o destaque. Nos dois últimos séculos da chamada Idade Média Baixa foram marcados por guerras, revoltas populares dentro dos reinos e catástrofes como a peste negra, além do cisma na igreja católica.

Nesse período, creio que por influência destas questões de estado é que a poesia esteve muito ligada a temas como amor, justiça e cortesia. Os cavaleiros eram enaltecidos pelo amor as damas e a pela sua coragem em batalha. As "Canções de Rolando" e o poema épico "EL Cid" são exemplos. Dessa mesma época temos Dante Aleghieri e a sua "Divina Comédia".
E Richard Strauss, Que tem haver com tudo isso? Ao menos uma intersecção com Nietzche. O poema sinfonico "Also Sprach zarathustra", composto por Strauss em 1896, foi baseado no tratado filosófico do seu contemporâneo. O próprio Strauss estreou a peça em Francfurt. "Also Sprach Zarathustra" (em português: "Assim falou Zarathustra") ficou mundialmente conhecida, nos tempos mais recentes, por ser umas das trilhas do filme "2011, A Space Odissey" ("2001, Uma Odisséia no Espaço"), filme de Staley Kubrik (1968), também baseado em um livro também de 1968, de mesmo título, de Arthur Clarke - para os mais desavisados tanto o livro quanto o filme são de ficção científica e marcaram toda uma geração de cinéfilos e leitores.
Esse tema foi utilizado por Elvis Presley na abertura de shows, pelo Brasil, um Grupo de Rockabilly "João Penca e os Miquinhos Amestrados" também utilizava o tema. Já o pianista Eumir Deodato fez sua própria versão do tema de Strauss...
Da mesma forma que as ações dos cavaleiros remetem as composições de poesias e músicas, como se houvesse um link entre ambos, também acontece entre a literatura e a música, entre a literatura e cinema, entre a música e o cinema, como se fossem um hipertexto. Ou seja, poesia e música, na idade média, remetia as ações dos cavaleiros, seus feitos heroicos, o amor pelas mulheres...
A ideia de hipertexto não nasce com a Internet, nem com a web. As primeiras manifestações hipertextuais ocorrem nos séculos XVI e XVII através de manuscritos e marginália. Os primeiros sofriam alterações quando eram transcritos pelos copistas e assim caracterizavam uma espécie de escrita coletiva. Os segundos eram anotações realizadas pelos leitores nas margens das páginas dos livros antigos, permitindo assim uma leitura não-linear do texto. Essas marginália eram posteriormente transferidas para cadernos de lugares-comuns para que pudessem ser consultadas por outros leitores.
Uma das maiores controvérsias a respeito deste conceito é sobre sua veiculação ou não com a internet e outros meios digitais. Alguns autores defendem que o hipertexto acontece apenas nos ambientes digitais, pois estes permitem acesso imediato a qualquer informação. A internet, através da WEB, seria o meio hipertextual por excelência, uma vez que toda sua lógica de funcionamento está baseada nos links. Outros pesquisadores acreditam que a representação hipertextual da informação independe do meio. Pode acontecer no papel, por exemplo, desde que as possibilidades de leitura superem o modelo tradicional contido das narrativas contínuas (com início, meio e fim). Uma enciclopédia é um clássico exemplo de hipertexto baseado no papel, pois permite acesso não-linear aos verbetes contidos em diferentes volumes. Um exemplo de hipertexto tradicional são as anotações de Leonardo Da Vinci e também a Bíblia, devido sua forma não-linear de leitura.
Um Abraço e até!